domingo, 21 de outubro de 2018

DEU MATCH




Deu match e nós éramos vizinhos. Sim, vizinhos de condomínio. O Capitão do Corpo de Bombeiros  morava no condomínio ao lado, coisa de 400m de distância. Conversamos algumas poucas palavras e trocamos telefone, aliás, quem é que pede número de telefone em pleno século XXI? A comunicação é toda via APP; rocamos então o tão famoso número de whatsapp.

Conversa vai, conversa vem, Indiretas aqui, diretas acolá, em poucos instantes surge o convite para um vinho… nada dito, tudo entendido, tudo revelado. Rápido e frívolo, direto ao ponto, para que envolvimento não é mesmo? Relação líquidas como conceitua o filósofo Zygmunt Bauman.

Quer mesmo saber? Eu estava ciente de tudo, sabia onde isso ia acabar e eu estava disposta a pagar o preço para ver, centavo a centavo.

Era início de setembro e fazia muito frio aquela noite, arrumei-me, vesti uma bela lingerie e sai sob a nuvem do mais aromático e sexy dos perfumes. Ele veio me buscar, não sabia o que me esperava quando abrisse a porta e do belo e imponente sedan alemão. Quando o vi, simplesmente um calafrio tomou conta de mim, arrepiou toda minha pele e as borboletas do estômago partiram em revoada até a garganta, voltaram ao estômago e foram parar nos pés até voltar novamente à garganta dando um belo nó. Engoli seco e sorri.

Nunca me senti assim, ele era forte, musculoso, com um sorriso largo, brilhante. Adentrei ao carro, sentia-me um mero objeto, ele sorriu cordialmente. No mesmo instante eu queria tocá-lo, queria senti-lo, queria pôr minhas mãos em sua nuca, sua coxa… respirei e me contive. Ele foi muito cordial e educado e em poucos sorrisos já estávamos no apartamento.

Subimos e logo ele abriu um vinho tinto português e serviu-me. Aquela noite ele bebeu somente scotch com água de coco.

Sentados no sofá, um em um lado, outro em outro, a conversa fluía como se nos conhecêssemos há anos. Falamos com muita naturalidade sobre trabalho, valores, família, filosofias, espiritualidade.

Aos poucos ele foi dando sinais e foi se aproximando, aproximando… simplesmente pelo pretexto de mostrar-me um vídeo do trabalho. Ele estava orgulhoso, falava do trabalho com brilho nos olhos e estupefato de si. Tocou em mim pela primeira vez, senti seus braços fortes, musculosos e quentes encostar aos meus.De repente levanta-se para ir ao toalete, em poucos minutos volta com um casaco em mãos:

- Vista. É meu casaco, trouxe do Chile, é bem quente. Vou fumar na sacada, venha comigo.

Tentei colocar por cima do meu sobretudo, mas foi em vão. Terei meu sobretudo, vesti o casaco dele e sai na sacada. Novamente a conversa fluía e como sempre, ele queria se firmar o macho alfa, afinal, uma vez Capitão, sempre Capitão.

Na sacada puxou a banqueta do seu lado, convidou-me a sentar e falava sobre a vista, sobre os motivos da compra do apartamento, dos vizinhos… e por um deslize, apoia-se em minha coxa.
Voltamos para sala, continuamos a beber e conversar

Entre taças e palavras, num piscar de olhos, puxou-me gentilmente entre os braços e beijou-me cheio de desejo e paixão. Delicadamente foi despindo-me, botão a botão, beijo por beijo, pele por pele.


=)