terça-feira, 10 de agosto de 2010

Carta a um velho amigo

O Luiz foi alguém que me devolveu a mim. Eu sentia falta dele, porque sentia muito mais a falta de mim.
Meu vazio estava nele, meu silêncio, minha música e minhas poesias. Aliás, poeticamente falando, o período em que estava com ele foi o mais produtivo! Era toda a minha poesia.
Um dia ele disse: "Parece que você precisa de mim para saber quem você é! " E eu disse: "é isso mesmo"!!
Ai como a gente era criança!! Você, vinte e um anos!!! ... Eu, uma pessoa toda perdida.
Você foi tão criança, mas tão criança que me largou por aí, no meio do caminho...A gente sai fazendo cada bobagem nessa vida...
Mas eu lembro de você. Lembro muito bem, aliás, de alguns momentos. Lembro de nós dois caminhando pela Av. Paulista de madrugada, em maio de 2008. Lembro de você ter plantado lá em casa dia 21 de maio de 2008... eu deitei no chão, e você ficou no sofá. Eu estava bem puta naquele dia.
Dia seguinte passamos a madrugada na Paulista. Caminhamos um montão. Falamos "Vende-se PIPOCA" juntos...! Lembro do dia em que você me raptou e me levou à livraria Cultura do Conjunto Nacional. Você disse: "Vou te levar a um lugar que você vai A-D-O-R-A-R". E eu me lembro por onde entramos. Eu me lembro da cena (a minha cara e a minha emoção ao adentrar pela porta mais bonita, a porta com a vista mais fantástica da livraria. eu, b-e-g-e; vc, com cara de feliz)! Entrar ali depois sem lembrar de você demorou um tempo. Lembro de outro dia em que você me raptou para assistir ao Forrobodó. AMEI! - mas fiz cara de "ok".
O que o tempo não faz... sofri tanto sem vc, chorei tanto, mas tanto e agora ok. estamos ok.
Eu me sinto uma velhinha concebendo essas coisas. Uma senhorinha de uns 80 anos. Parece que foi há tanto tempo e isso tudo só tem uns poucos anos. O tempo cura todas as feridas. Graças a Deus!
Lembro do seu trator, lembro de como me fez de idiota e lembro do seu sorriso bobo e mole.
Você deixou uma ferida profunda (na época). E hoje, não tenho sequer a cicatriz. Se não te puxo pela memória, eu nem lembrava de mais nada: nem de nós, nem dos lugares, nem do cheiro. Mas da música sim: Chico Buarque e Gonzaguinha, com certeza! Ah, e também lembro quando vejo gente chata. Mas você ainda ganha deles todos.
Eu sinto saudades de conversar com você. Adoro seu (mau) humor.
Tudo isso foi necessário. Eu precisava de mim. Deus te planejou na minha vida para que eu me conhecesse.
Eu te agradeço Senhor!

Agradeço a você também, sua coisa.

2 comentários:

_TaTHa_ disse...

Criiiiiiss...

Então a dona e proprietária desse refugio apareceu.
\o/ uRuL!!!!
Que bom te-la aqui novamente.
A pessoa que me estimulou a colocar no papel um pouco mais que as dissertações do colégio.
Agora, kerida, falar que não lembra é phoda, hein:

"Se não te puxo pela memória, eu nem lembrava de mais nada: nem de nós, nem dos lugares, nem do cheiro."

A memória nos engana e quando menos esperamos ela nos aplica uma rasteira. Ou não!

=)

Anônimo disse...

Que legal essa homenagem ao amigo...
To dando um passeio no seu blog e to gostando...
vou te seguir...

bj