segunda-feira, 17 de março de 2008

Capitu

Oh! flor do céu! oh! flor cândida e pura
Cantar-te é expressar vontade e medo
Pisar de leve um chão de segredo
Tudo para tocar-te com ternura.

O espelho reflete a formosura
Do teu rosto, cabelo e o toque do meu dedo.
Uma vontade de sair desse interior degredo
Querendo do mar a noite, a limpeza e a frescura.

Olho a vaga, a ressaca, teus olhos e boca grave e séria
Vejo no muro o teu nome e em silêncio proponho:
Se querer possuir-te, flor etérea

É lutar contra Deus, a caminho da mortalha
Direi sorrindo, ao guardião do meu sonho:
Perde-se a vida, ganha-se a batalha!
Alcides

3 comentários:

Anônimo disse...

CRIS!!!

Obrigado pela força.Não enviei o soneto para o site, acho que ele tinha que ser postado primeiro aqui.Quanto ao título, acho que Capitu está perfeito, pois o poema já está bem complexo.Sublime Capitu é só um jogo de palavras, pois o nome Capitu está escrito de maneira subliminar nos versos 2, 3 e 4. Tem também a alusão aos olhos de ressaca, à cena do espelho, ao nome rabiscado no muro, o seminário etc. A imagem do vaso saiu por acaso (olha eu rimando rs rs).Aí eu pensei em desenhar as flores, que são Capitu e Escobar, já caídos, e Bentinho tentando manter-se firme e forte.

E você, quando escreve sua Capitu?

Mais uma vez obrigado Cris, e fique com Deus.

Um enorme BEIJO!

Alcides

Anônimo disse...

Essa Capitu é demais!
Seu soneto, rico em detalhes, nos dá tanto as características físicas quando as psicológicas desse personagem tão intrigante! Difícil mesmo é desvendar a Capitu, no mar de segredos e mistérios que ela esconde, e esse Bentinho tão ávido de aí se perder, de jogar-se, de ser mar com ela, contrariando o conhecimento popular que diz que se tem medo do desconhecido - o desconhecido Bentinho quer mesmo é desbravá-lo!
Muito, muito bom querido!!

Anônimo disse...

Ah! Isso porque nem comentei a forma do soneto! O vaso que contem as flores Bento, Capitu e Escobar. Conteúdo de forma muito bem elaborados, sem dúvida!!

Grande Alcides!