terça-feira, 11 de março de 2008

Oposto

O oposto do meu medo
É o seu olhar.
O oposto do meu riso
É o seu rancor
O oposto deste claro
É a sua escuridão
O oposto de você
O que seria então?

Caindo num abismo
Só penso em você
Te vejo em várias formas
Sem conseguir te entender
Me mostra seus vários lados
Qual será o certo ou errado?

Queria te odiar
Pra que o oposto fosse o amor
Mas o oposto do meu ódio
É o seu ódio.

O que demoro a fazer
Você destrói sem pensar
Por que demoro a dizer
Se você vai ignorar?
E eu fico sem saber
Por que ao seu lado ficar
Se eu sou o seu oposto
E, ao mesmo tempo,
Você.

Outro dos meus preferidos, escrito e cedido gentilmente pelo meu amigo e escritor Alcides Vieira Lima. Muito Obrigada!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Esse texto é um dos meus favoritos! Exprime todo o paradoxo do amor, dos amantes, dos sentimentos, do querer enquanto se nega; do amar enquanto se odeia; do odiar por amar; do querer ser o outro e de sê-lo "por virtude do muito imaginar"! Todo os opostos que exprimem a própria condição de amar.
Penso que, por todos esses paradoxos, não se pode explicar o amor - à ele cabe ser vivido (ou sofrido)!!

Meu querido, PARABÉNS por mais essa obra de arte!

Flávia Fabri Cesário disse...

Irma, concordo contigo:
"Penso que, por todos esses paradoxos, não se pode explicar o amor - à ele cabe ser vivido (ou sofrido)!!"
Realmente, não dá para explicar o que é amar. Se temos tanta mágoa de uma pessoa, porque pensamos tanto nela? Por que queremos ficar tanto ao lado delas? Por que sentimos saudade de alguém que nos machucou? E o que dizer sobre o frio na barriga, as mãos trêmulas, o suor frio, o arrepio que passa pela espinha? e não ter coragem de se declarar. Sofrer por amor platônico.
Complexo! A base de todas as coisas boas do mundo!
Parabéns!
Beijos :)