quarta-feira, 16 de abril de 2008

Fobia, fúria e fé

Te amei com medo
Displicente para não ser notado
Sem querer me mostrar apaixonado
Te amei.
Sem pensar em castidade
Como ventania em noite escura,
Como água batendo em pedra,
Com medo e vontade
Te amei.
Te amei com certeza
Deixando tudo para trás.
Corpo sóbio na correnteza
Querendo me embriagar.
Sim.Foi assim.
Você me apanhou te olhando
E o que sentiu, não sei
Mas naquele dia
Por um instante te amei.

6 comentários:

_TaTHa_ disse...

PER-FEI-TO!
Que bela descrição dos sentimentos, que destreza para traduzir tanta emoção em palavra, poema.
Amor... quanta dor nos traz o amor.
Amor platônico = dor²
Relação, sentimentos, razão... a dualidade do homem moderno. Cheio de dúvidas e incertezas.
Cosas de la vida....
Mais uma vez, parabéns!

Anônimo disse...

Muito obrigado Tatha!

Perfeita ficou sua descrição sobre o amor platônico.

Sou formado em letras, mas a partir de hoje vamos criar uma fórmula matemática (o que não é o meu forte): Amor + "Platonismo" = dor², logo: A+P=D².Acho que ganharemos o Nobel rsrs.

Beijos!

Alcides

Flávia Fabri Cesário disse...

Rsrsrs! Adorei a fórmula! :)

Cris disse...

CARACAS!!

Que coisa mais impetuosa! Que sentimentalismo mecânico (à medida que move, que impulsiona).
"Medo displicente" - que máximo!! Que medo é esse? Que medo é displicente? "Te amei com certeza" - como se ama com certeza, ou sem certeza?? "Querendo me embriagar" - esse sentimento de pertença, de querer tudo, de posse, de ser. U-A-U: é o que tenho a dizer, meu querido. Great!

O fim do seu poema é análogo ao Este inferno de Amar (Almeida Garret):
" Só me lembra que um dia formoso
Eu passei… Dava o Sol tanta luz!
E os meus olhos que vagos giravam,
Em seus olhos ardentes os pus.
Que fez ela? Eu que fiz? Não o sei;
Mas nessa hora a viver comecei…"

E também é análogo à canção de Mercedes Sosa, Un Vestido y un amor, que diz:

"Todo lo que diga está de más,
Las luces siempre encienden en el alma
Y cuando me pierdo en la ciudad
Vos ya sabés comprender
Es solo un rato no más
Tendría que llorar o salir a matar.
Te vi, te vi, te vi
Yo no buscaba nadie y te vi."

Em resumo, parece ser algo assim: Te vi e te amei. - Ayyy que me muerro de amores!! RSRSRS

Mandaste muito bem, querido! Como sempre!

Flávia Fabri Cesário disse...

Na maioria das vezes, Alcides, não consigo resumir em palavras, o que senti, o que pensei sobre o que vc escreve. Me toca, me sensibiliza, mas quando vou escrever, simplesmente não saio de uma linha de palavras sem sentido.
Mas acho que um dia chego lá! rs
Beijos!

Lunatiquices disse...

Todos usam as palavras que quero usar...rs...lindo, perfeito, maravilhoso! hahaha